Fernanda repudia falas de Eduardo Bolsonaro: “estímulo à violência”

Vereadora apresenta moção de repúdio contra as falas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), feitas no último domingo; se aprovada, moção será destinada à Comissão de Ética da Câmara Federal

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) apresentou uma matéria legislativa solicitando que a Câmara Municipal de Sorocaba notifique o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, contra as falas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). A atitude da vereadora aconteceu em decorrência das falas do deputado, feitas no último domingo (09), durante evento armamentista, onde ele comparou professores com traficantes, afirmando que os educadores poderiam ser “ainda piores”.

Para a vereadora, a declaração é extremamente grave porque ela não é apenas uma opinião, mas sim um possível estímulo à violência contra os educadores. “Estamos falando de um evento cujos participantes estavam reunidos para cultuar as armas e munições. Armas são instrumentos feitos para matar, para ceifar vidas. Quando um líder político vai a um evento dessa natureza e discursa contra uma categoria profissional, classificando eles como inimigos, estamos falando da incitação ao crime”, afirma.

Fernanda ainda lembra a onda de violência nas escolas e levanta um alerta: a fala do deputado é extremamente perigosa, ainda mais em um período que o Brasil vivenciou número recorde atentados escolares.

“O ódio aos professores, propagado pelo Eduardo Bolsonaro, é idêntico ao do seu pai. Eles fantasiam as escolas como ambientes de ‘doutrinação ideológica’, quando na verdade, as escolas estão em uma profunda crise de abandono do Estado. Em 2023, estamos vendo o auge de atentados em escolas e um posicionamento deste tipo em um ambiente armado só amplifica a insegurança dos profissionais e estudantes”, alerta.

A afirmação feita pela vereadora é baseada no levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz. De acordo com a entidade, o ano de 2023 é o que possui o maior número de casos de atentados nas escolas, com sete registrados, apenas no primeiro semestre. A lista tem na sequência os anos de 2022, com seis ataques, e o de 2019, com três.

Para Fernanda, trata-se de uma escalada de violência em ascensão e cabe aos agentes políticos atuar contra essa onda de barbárie. “Os números mostram que a violência está aumentando gradualmente. Precisamos pensar formas de promover a paz, a tolerância e acompanhamentos à comunidade escolar, ao invés de estimular a violência pela perseguição a trabalhadores. Isso só agrava a situação”, observa.

DEIXE SEU COMENTÁRIO