Caps ‘Saca Só’ completa um mês sem alimentação

Fernanda Garcia denuncia a falta de ações assertivas da prefeitura durante o período

Pacientes que tratam a dependência química em Sorocaba tem enfrentado problemas para conseguir acompanhamento no único Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) municipal; a mais de um mês, a Prefeitura de Sorocaba não fornece o serviço de alimentação necessário, prejudicando a internação em leitos e descumprindo também os prazos para regularização. O caso foi exposto na quinta-feira, dia 07, pela vereadora Fernanda Garcia (PSOL) na 42ª sessão ordinária.

A vereadora que compõe a Comissão Permanente de Saúde na Câmara Municipal, vem denunciando, desde o último ano, o desmonte de políticas públicas de saúde mental no município. “Não é a primeira vez que isso acontece no ‘Saca Só’, no ano passado fiscalizei a unidade pelo mesmo motivo, questionei via requerimento e o problema foi parcialmente sanado. Agora, menos de seis meses depois, novamente. É algo arquitetado?”, questionou Fernanda Garcia.

Em maio, durante a audiência pública de prestação de contas da pasta da saúde, Fernanda já tinha denunciado a incapacidade de receber pacientes no CAPS “Saca Só”, por conta das “marmitas” – no caso a falta delas. Em resposta, a coordenação de saúde mental garantiu que o problema se resolveria até a metade do mês subsequente. “Infelizmente mentiram. Estamos em julho e nada foi feito”, disse a vereadora, que completa: “Logo após a prestação de contas questionei, via requerimento, as atitudes que seriam tomadas, levando em consideração a fala da representante da Secretaria de Saúde (SES). Garantiram a compra dos alimentos com a verba da unidade, contudo, a resposta do documento só se concretizou o que já sabíamos, não foi comprada com a justificativa de atraso no repasse”, manifestou a vereadora.

“Só existe um CAPS sob responsabilidade total da prefeitura, todos os outros já são terceirizados. Como pode a administração saber de um problema por mais de um mês e não tomar nenhuma atitude?”, disse Fernanda Garcia.

Ainda de acordo com a resposta dada pela Secretaria de Saúde, somente dois pacientes precisaram ser transferidos para a outra unidade de atenção psicossocial especializada em dependência química, mas para a vereadora isso só reitera o problema. “Quando o munícipe procura atendimento, é uma tentativa de resgate do bem-estar e da saúde, caso o atendimento não aconteça da forma correta a pessoa pode desistir e voltar ao uso prejudicial das substâncias, essa não é a meta. Somente duas transferências em comparação aos 149 acolhimentos realizados é um dado preocupante que deve ser monitorado”, alertou a vereadora.

Durante seu tempo de fala na tribuna durante a sessão ordinária de ontem, a vereadora procurou reiterar o repúdio aos fatos e demonstrou apoio à causa, para ela, a saúde mental não é uma moeda de troca entre a administração pública e empresas. “Esse assunto é muito sério, não é ético fazer barganha com a saúde pelo benefício financeiro. É desrespeitoso com o cidadão, porque não acessa um serviço de qualidade pelo desmonte e com o trabalhador, que na terceirização perde direitos. Toda essa questão será estudada pelo mandato para que possamos as medidas cabíveis”, finalizou a parlamentar.

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