De acordo com a Secretaria da Saúde – sem novas inserções – município levaria 14 meses para realizar todos os procedimentos
O desmonte às políticas de saúde da mulher não é algo que tem se concretizado somente à nível federal; após receber denuncias sobre falta de ginecologistas e demora na convocação para cirurgias eletivas, a vereadora Fernanda Garcia (PSOL), membro da Comissão de Saúde Pública descobriu, via requerimento, uma fila de 555 mulheres que aguardam serem chamadas para diversos procedimentos ginecológicos no município. Com isto, o município levaria 14 meses para sanar as solicitações – sem contar as novas solicitações -, de acordo com a própria Secretaria de Saúde (SES).
“Estamos com a preocupação redobrada. Esta demanda reprimida pode representar o agravamento do quadro clínico de muitas mulheres. Este “erro” orquestrado tem como produto o sofrimento das pacientes e mais custos ao sistema público”, explicou a vereadora relembrando também a demanda reprimida da laqueadura, que é outra bandeira do mandato.
No documento encaminhado, de acordo com a vereadora, mostra ineficiência da terceirização. “Um alto valor é empenhado mensalmente pela administração pública para a prestação de serviços em saúde, mas em troca, no caso da ginecologia, são realizadas somente 39 cirurgias, número baixíssimo em comparação as necessidades do município”, avaliou a parlamentar.
A secretaria não informou o período de espera em média das pacientes, mas para a vereadora, as poucas vagas somadas à falta de servidores poderá ocasionar um período caótico. “Infelizmente o cenário no município caminha para se tornar uma bola de neve, com pedidos de cirurgias e exames represados e diagnósticos que se somam à lista diariamente”, disse Fernanda que lembrou também sobre as ações judiciais que, até o momento do envio da resposta do requerimento, somavam-se 16.
Por fim, a vereadora critica a política midíatica de pequenas reformas estruturais enquanto os procedimentos em si continuam estagnados. “Um serviço de manutenção predial é essencial, traz dignidade aos usuários e servidores, porém isso não pode ser prioridade em detrimento da melhoria dos serviços, que é o que temos visto aqui. O represamento dos casos de ginecologia em Sorocaba, além de irresponsável mostra uma face misógina de um governo pautado no bolsonarismo”, finalizou Fernanda que garantiu que pretende denunciar o caso para que os procedimentos sejam realizados com a urgência necessária.