Vereadora oficia Departamento Regional de Saúde pela falta de medicamentos para Esclerose Múltipla

De acordo com informações obtidas pela vereadora, pacientes estariam a mais de 20 dias sem os medicamentos fornecidos pela Farmácia de Alto Custo

Após receber denúncias sobre a falta de medicamentos de alto custo e de uso contínuo, fornecidos gratuitamente pelo Estado de São Paulo para o tratamento da Esclerose Múltipla (EM), a vereadora Fernanda Garcia (PSOL), oficiou, nesta semana, o Departamento Regional de Saúde da região de Sorocaba (DRS XVI) solicitando o repasse de forma emergencial aos pacientes da região metropolitana (RMS).

Por ser uma condição rara, a vereadora argumenta que a falta de insumos de combate à doença representa um despreparo do Estado. “Assim como todos que buscam a farmácia de alto custo, parte dos cidadãos portadores da esclerose, não tem condições financeiras de financiar o tratamento já que só no caso de um medicamento o valor da caixa de remédios chega a quase 5,5 mil reais”, informou a vereadora.

“Um absurdo imenso o que tem acontecido na administração da DRS. Esta não é a primeira denúncia da falta de medicamentos, mas neste caso as denúncia são da falta de quase 20 dias. Não há um planejamento mínimo para que os estoques fiquem abastecidos?”, disse Fernanda, que também é membro da Comissão Permanente de Saúde Pública da Câmara.

A parlamentar, no documento enviado ao Departamento de Saúde lembra que, no caso da Esclerose Múltipla, em volta de dez medicamentos que podem ser utilizados para contenção do avanço da doença e que oito destes estão incluídos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, o RENAME. “De acordo com as pessoas que ouvi, o tratamento quando interrompido pode desencadear sérias crises, podendo ocorrer perdas definitivas, por isso é tão grave esta situação e precisamos de uma ação imediatamente!”, reiterou Fernanda Garcia.

A vereadora que é defensora e usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), analisa também que a falta de medicamentos e outros insumos faz parte da política de sucateamento do serviço público, por meio de cortes de orçamento e congelamento de gastos em áreas essenciais. “O plano de sucateamento da saúde pública visando o lucro de uma pequena parcela, é um crime contra a cidadania. A saúde pública é um bem conquistado pela luta dos cidadãos e pautado na Constituição e como cidadã e parlamentar democraticamente eleita lutar pelo cumprimento deste dever”, finalizou a vereadora.

Esclerose Múltipla

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), “Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica e autoimune, ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares”.

Ainda de acordo com a Associação, por ser uma condição rara, estima-se que 40 mil brasileiros convivam com a doença que não tem cura, e seu tratamento consiste em atenuar os sintomas e desacelerar a progressão da doença.

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