Inclusão da ‘Feira do Beco do Inferno’ no Calendário Oficial é aprovada na Comissão de Justiça

O projeto de Fernanda Garcia sofria entraves de um membro da comissão por motivos religiosos; a vereadora conseguiu reverter a decisão e projeto segue para Comissões Temáticas

Após meses de articulações com a Comissão de Justiça da Câmara de Sorocaba para mudança do parecer ao projeto de Fernanda Garcia (PSOL) que pretende incluir no calendário oficial do município, a “Feira do Beco do Inferno” – histórico bazar e mostra de artesãos da região metropolitana -, barrado por uma parte da comissão por conta do fundamentalismo religioso, a vereadora conseguiu reverter, nesta quinta-feira (13) o parecer dado pela comissão podendo assim o projeto seguir para próximos trâmites.

Para a vereadora, apesar de ser só o início de uma luta, a reversão do parecer da Comissão é vista como “uma batalha vencida”. “Apesar da alegria de termos vencido essa parte, nosso mandato se preocupa com os rumos políticos da Casa. Nosso projeto sofreu com entraves colocados por um membro que barrou o PL com argumentos fora da Constituição, por convicções religiosas, revistas de forma correta pelos demais membros que reverteram a primeira decisão arbitrária. É importante lembrar que nosso projeto diz respeito a uma ferramenta de geração de renda e de cultura, é uma feira histórica”, denuncia Fernanda.

A aprovação do projeto, de acordo com a autora, é uma forma de garantir a permanência da feira cultural em Sorocaba sem empecilhos, citando o ocorrido na edição que ocorreria em agosto. “A Prefeitura inviabilizou de forma proposital a 21ª edição do evento em agosto por ser próxima às festividades do aniversário da cidade, nossa intenção com o projeto é que isso não mais ocorra”, disse.

Outro problema que Fernanda pretende sanar com a aprovação do projeto é o desdém do poder executivo em ceder o básico para que os artesãos possam trabalhar. “Foi um trâmite exaustivo aos artistas para que conseguissem o básico como energia elétrica, água potável e banheiros químicos, uma vez que esta feira seja finalmente reconhecida pela sua importância por meio do Calendário Oficial, será de obrigação do governo local a disposição”, falou a parlamentar que destinou uma emenda impositiva para a realização do evento em dezembro.

Além dos insumos básicos, a lei a ser aprovada garante proteção contra interferências religiosas no evento uma vez que coloca a curadoria do evento sob a responsabilidade da comissão de artistas organizadores. “Se já na Comissão de Justiça houve um boicote, nos antecipamos e buscamos proteger a essência do evento em seu nome histórico que remete ao apelido da rua onde a feira nasceu e dos artistas, para que possam expor seus materiais sem qualquer perseguição fundamentalista presente infelizmente em nossa cidade”, finalizou Fernanda Garcia.

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