Fernanda solicita cancelamento de assinatura do Cruzeiro do Sul após apoio a movimento golpista

Vereadora oficia a Mesa Diretora para que Câmara Municipal cancele a assinatura, após jornal fazer matéria “Resiliência e fé”, em apoio aos atos antidemocráticos no último domingo

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) oficiou a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Sorocaba, solicitando o cancelamento da assinatura do Jornal Cruzeiro do Sul para o seu gabinete e também sugeriu que o mesmo ocorra para todo o Poder Legislativo. A justificativa do pedido feito na manhã desta terça-feira (13), é a publicação na capa do veículo denominada “Resiliência e fé”, no último domingo (11), onde o jornal enaltece as manifestações antidemocráticas que pedem intervenção militar e não respeitam o resultado das urnas.

Na opinião da vereadora Fernanda Garcia, é incabível uma instituição pública financiar, por meio de assinatura, um veículo que apoia movimentos contra o Estado Democrático de Direito.

“A Câmara Municipal é uma instituição que funciona com base na democracia representativa. Todos os parlamentares que aqui estão foram eleitos através do voto popular, realizado por meio de urnas eletrônicas. Como o jornal assinado rompeu com o profissionalismo e politizou as suas páginas com conteúdo pró-golpe, a Câmara tem o dever institucional de rever esta assinatura”, alerta Fernanda.

A vereadora ainda complementa ressaltando o juramento dos legisladores, “no momento da nossa posse, fizemos o juramento de ‘respeitar, cumprir e fazer cumprir’ a Lei Orgânica do Município e a Constituição Federal. Financiar um veículo porta-voz do autoritarismo é ignorar o juramento que fizemos”, pontua.

No ofício destinado à Mesa Diretora, Fernanda ainda lembra que, ao longo da história, a imprensa brasileira e a própria Câmara Municipal tiveram membros perseguidos pelo autoritarismo e por regimes de exceção.

“Salvadora Lopes, João dos Santos Pereira e Osvaldo Francisco Noce são exemplos de representantes do povo que foram impedidos de assumir mandato, que sofreram torturas pela repressão do Estado e que tiveram direitos violados durante o próprio exercício do mandato. Os vereadores precisam reconhecer a história dos que passaram por este parlamento antes de nós, para impedir que a história se repita. Não podemos prestigiar e tratar com normalidade qualquer iniciativa golpista”, reivindica a vereadora.

Atualmente, a Câmara recebe diariamente o jornal Cruzeiro do Sul na versão impressa e digital, o contrato celebrado com o jornal contém 28 assinaturas anuais ao custo de R$ 12.883,08. Essas assinaturas são disponibilizadas para os 20 mandatos parlamentares e as demais para outras repartições internas da Casa.

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