Fernanda questiona a ausência de divulgação de boletins da prefeitura, enquanto Sorocaba enfrenta epidemia de dengue

Imagem mostra mosquito aedes aegypti com detalhes
Mesmo admitindo estágio de epidemia, prefeitura de Sorocaba não divulga boletins sobre a evolução da dengue. FOTO: reprodução

Requerimento da vereadora Fernanda Garcia (PSOL) cobra a prefeitura pela ausência de informações sobre a evolução do surto em Sorocaba

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) protocolou um requerimento de informações, questionando a prefeitura pela ausência dos boletins informativos sobre a situação do surto de dengue na cidade. De acordo com informações veiculadas pela imprensa, existem quatro mortes na região com suspeita de serem em decorrência da dengue, entretanto não há nenhuma informação institucional sendo divulgada para os munícipes.

“Sabemos que os profissionais da vigilância epidemiológica compilam esses dados e abastecem o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de São Paulo (Cievs), entretanto essas informações não são trabalhadas para a população pela prefeitura. O próprio secretário de saúde admite que o número de casos confirmados já enquadra a situação como uma epidemia, entretanto não usa esse fator da informação como instrumento de combate ao problema”, critica.

Para Fernanda, o enfrentamento à dengue poderia ser muito mais efetivo com a conscientização e participação popular. Entretanto, faltam informações do Poder Executivo, o que é essencial para engajar a população.

“O combate à dengue só tem efetividade quando você tem a população extremamente consciente da necessidade de fazer a sua parte. Para isso, as campanhas publicitárias ajudam, mas, o que mobiliza mais ainda é a informação sobre os bairros onde foram encontrados os focos e sobre o número de pessoas infectadas. Quando a pessoa vê a ameaça próxima a sua casa, seu poder de mobilização é muito maior. Entretanto, a ausência de comunicação por parte da prefeitura desmobiliza as pessoas nesta luta”, avalia a vereadora.

Fernanda cita como exemplo o enfrentamento à pandemia, ressaltando a importância que os boletins tiveram. “Durante a pandemia da Covid-19, os boletins epidemiológicos cumpriam um papel essencial na sociedade. Eles contribuíram na compreensão sobre a gravidade da doença, mobilizaram e educaram as pessoas a tomarem cuidados, evitar aglomerações, usar máscaras, higienizar as mãos e até na importância da vacinação. Mesmo com o boicote do governo federal à época, que não divulgava informações sobre o coronavírus pelo Ministério da Saúde, a atuação do consórcio de meios de comunicação foi essencial para manter a população informada e atenta. Se não fosse esse esforço, certamente o resultado da pandemia poderia ter sido pior”, relembra a vereadora.

“Triste ver que o prefeito Rodrigo Manga adota o mau exemplo do ex-presidente, ao não disponibilizar informações que ajudariam na prevenção e combate a uma ameaça à saúde pública. Pelo contrário, ao invés de mobilizar a prefeitura e criar uma força-tarefa para enfrentar o problema, o prefeito prefere usar o seu tempo indo à manifestação em defesa do ex-presidente, que propagou negacionismo e foi um péssimo exemplo no enfrentamento à pandemia”, relembra.

De acordo com as últimas informações, até esta segunda-feira (04), Sorocaba registra 1.348 casos confirmados de dengue e outros 5.273 em investigação. Entretanto, os dados sobre os bairros com maior incidência de casos e os pontos onde estão sendo localizados focos do mosquito transmissor, não são divulgados para os munícipes.

Dengue pode bater recorde de infecções neste ano

Nessa semana, o Brasil atingiu a impressionante marca de 1 milhão de casos de dengue registrados apenas nos dois primeiros meses do ano. Para agravar a situação, como a previsão climatológica é de condições mais favoráveis à proliferação do aedes aegypti, o mosquito causador da dengue e outras arboviroses. Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS)  já emitiu alerta aos países de clima tropical e mais vulneráveis ao fenômeno El Niño, como a região da América Latina. 

A previsão do Ministério da Saúde é de que, pela combinação dos fatores climáticos e elevação de casos já registrada entre o final de 2023 e início de 2024, o número de casos de dengue possa chegar a 4,2 milhões neste ano.

Em 2015, pior ano já registrado, o Brasil teve 1,6 milhões de registros de dengue, com 986 mortes. Em Sorocaba, 37 pessoas morreram pela doença.

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