Fernanda aciona MP contra cargos comissionados de Manga

Fernanda Garcia exibe documento após acionar MP contra cargos comissionados do governo Manga
Fernanda Garcia aciona MP contra cargos comissionados do governo Manga

Vereadora aponta diversas irregularidades na aprovação dos cargos de diretores de área; suspeita é de uso eleitoral das nomeações

A polêmica em torno do projeto do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), que criou 74 novos cargos na prefeitura, está longe de terminar. Isso porque, na tarde desta segunda-feira (03), a vereadora Fernanda Garcia (PSOL) ingressou com uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), solicitando a suspensão das nomeações, por “ferir flagrantemente” diversos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa.

Além de alertar a promotoria sobre a caracterização eleitoral da medida, com a criação de cargos de livre provimento cuja extinção está programada para o período pós-eleitoral onde o prefeito tentará a reeleição, Fernanda ainda observou outras duas graves incongruências. 

A primeira é que a súmula de atribuições de diretor de área, instituída pela lei 12.473/2021, define que este cargo tem como finalidade a chefia de divisões e seções nas secretarias. Entretanto, atualmente a secretaria onde os diretores de área foram criados conta com apenas 7 divisões e 12 seções, para um total de 30 cargos criados de diretores de área, ou seja: Manga criou mais chefes do que departamentos a serem chefiados.

A outra inconformidade apontada pela vereadora, é um problema do próprio projeto aprovado, cuja justificativa indicava o destino de cada diretor de área, apontando três secretarias, além do CADI e da Ouvidoria Geral do Município como locais de nomeação. Entretanto, no artigo 66, Manga ignora a justificativa e manda todos à Secretaria de Governo (Segov), contrariando o preâmbulo de justificativa que foi utilizado na defesa da aprovação do projeto, junto à Câmara Municipal. 

Para Fernanda Garcia, o projeto reúne uma quantidade muito grande de irregularidades, sobretudo na criação dos diretores de área, por isso acredita que a promotoria deverá acolher a denúncia e suspender as nomeações.

“Qual o sentido da administração pública criar 30 cargos comissionados de diretor de área e extinguir este cargo após 20 meses? Na administração pública, tudo o que se faz precisa ser embasado no interesse público, inclusive a criação de cargos comissionados. Entretanto, o projeto não explica qual a necessidade de contratar estes comissionados de forma temporária. O que há neste período que justifica a ampliação de cargos de confiança, que não haverá mais depois? O único evento já previsto no calendário daqui até dezembro de 2024 são as eleições, a qual o prefeito já está se anunciando candidato”, relaciona a vereadora.

Imprensa já repercute uso dos cargos para as eleições de 2024

Pouco tempo após a criação dos cargos em comissão, a imprensa local já noticia especulações sobre a negociação política envolvendo eles. De acordo com diversos veículos de imprensa, o prefeito Rodrigo Manga já estaria negociando a recém criada Secretaria de Relações do Trabalho e Qualificação Profissional para negociar apoio político do MDB, visando as eleições de 2024.

Para Fernanda Garcia, este episódio só ilustra que a denúncia que ela fez no dia da votação estava correta. “O projeto foi aprovado na última segunda-feira, dia 27, e sancionado um dia depois. Com menos de uma semana em vigor, o prefeito já está fazendo negociações explícitas usando a máquina pública no seu projeto pessoal de reeleição. É justamente isso que anunciei que aconteceria, é isso que estamos vendo agora”, relembra a vereadora.

Durante a votação do projeto, Fernanda questionou a finalidade da criação dos cargos às vésperas do ano eleitoral, sobretudo a extinção de alguns, logo após as eleições de 2024. Para ela isso caracteriza “trabalho eleitoral temporário, pago com o dinheiro do contribuinte”, dispara.

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