Prefeito de Sorocaba é alvo de representação no MP por aumento secreto de 27% do salário de secretários municipais

Vereadora pede apuração do reajuste salarial de 27% que não passou por aprovação na Câmara Municipal

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) protocolou, nesta quarta-feira (8), uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) solicitando apuração sobre o aumento de 27% nos salários dos secretários municipais de Sorocaba — reajuste concedido sem aprovação da Câmara e sem publicação de nova lei. O caso envolve diretamente o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), cotado para disputar o Governo do Estado ou até mesmo a Presidência da República.

A denúncia foi motivada após revelação mostrou que os salários dos secretários municipais passaram de R$ 17,6 mil para R$ 22,4 mil a partir de março de 2025, contrariando a Lei Orgânica do Município e a Constituição Federal. Segundo Fernanda Garcia, trata-se de possível violação à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao princípio da legalidade.

“Esse aumento foi feito às escondidas, sem transparência, e sem aprovação da Câmara, como exige a lei. É mais um sintoma de um governo que tem beneficiado aliados políticos enquanto nega direitos básicos à população”, denuncia a parlamentar.

No documento, a vereadora solicita que o Ministério Público investigue as possíveis irregularidades, apure os danos ao patrimônio público e adote as medidas cabíveis, incluindo o ajuizamento de Ação Civil Pública e a responsabilização do prefeito.

Histórico de polêmicas marca gestão de Rodrigo Manga em Sorocaba

Essa não é a primeira vez que a gestão de Manga é alvo de polêmicas. O chefe do executivo, inclusive, é um dos investigados da operação Copia e Cola, da Polícia Federal. A operação, que teve início em 2022, apura fraudes na contratação de uma Organização Social (OS) para administrar serviços de saúde, além de lavagem de dinheiro.

Uma das investigações mais graves envolve suspeitas de contratos da Prefeitura de Sorocaba com empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para gestão da saúde. “Importante lembrar que a terceirização é justamente uma das frentes mais defendidas pelo prefeito”, pontuou Fernanda.

Rodrigo Manga também está, desde 2023, com as contas bancárias bloqueadas após uma ação do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que entrou na Justiça com o pedido de bloqueio de bens do prefeito e do secretário de Educação da época, Marcio Carrara, pelo processo de licitação de mais de R$ 26 milhões em kits de robótica com suspeita de superfaturamento.

Outro caso de superfaturamento foi a compra de um imóvel que se tornaria o prédio da Secretaria de Educação, no bairro Campolim. A investigação do Gaeco aponta que o município pagou R$ 10 milhões a mais pela aquisição.

Apesar disso, o prefeito de Sorocaba tem buscado ampliar sua projeção estadual e já aparece como nome cotado para o Palácio dos Bandeirantes em 2026 — ou até para a Presidência da República. “Um gestor que atropela leis, ignora o Legislativo e governa com marketing não pode ser exemplo para o estado, muito menos para o país”, conclui Fernanda Garcia.

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