A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) visitou ontem, dia 03, duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e a nova sede do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), com o intuito de fiscalizar a infraestrutura e as condições de trabalho dos servidores públicos. De acordo com a parlamentar, o resultado da visita a deixou preocupada.
Fernanda, que também é membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, apontou grandes preocupações com o novo espaço do SAD, que ela acusa ser “inadequado” para alojar as equipes e atender a população. “O prédio anterior estava inseguro e sucateado, mas esse aqui, infelizmente, não fica atrás. Ele simplesmente não comporta as equipes, o que afeta diretamente no serviço prestado à população”, aponta.
Fernanda também alerta que o serviço está enfrentando velhos problemas, como a falta de frota de veículos, o que reduz a capacidade de atendimento aos pacientes acamados. “Nos entristece ver que entra governo e sai governo, mas o descaso ao SAD continua. Esse problema da falta de veículos para o atendimento domiciliar é antigo e não é resolvido. A estimativa é que a frota deveria praticamente triplicar para poder atender os acamados de maneira adequada”, avalia.
Visita as UBSs escancara desmonte da ESF
Outro problema gravíssimo que têm sido denunciado frequentemente por Fernanda Garcia é a falta de servidores públicos municipais. Na visita as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), a avaliação de que este é um problema perene da prefeitura foi novamente reforçada.
“Estamos em luta para que haja um concurso público amplo, que seja capaz de suprir o déficit de todas as secretarias. A Secretaria Municipal de Saúde (SES) é, sem dúvida, uma das mais defasadas neste aspecto. A falta de servidores não atrasa apenas o atendimento na UBS, mas ele inviabiliza a Estratégia de Saúde da Família (ESF), o que afeta diretamente o processo da prevenção.
Além disso, Fernanda também aponta que o desmonte da Estratégia de Saúde da Família sobrecarrega o serviço de atendimento aos acamados e também aumenta a demanda nos Pronto Atendimentos e Unidades Pré-Hospitalares. “Quando você desmobiliza a prevenção, que é o pilar, você desestrutura todo o sistema de saúde. Se a ESF estivesse em pleno funcionamento, a demanda do serviço de atendimento dos acamados, por exemplo, seria menor. Isso porque as equipes multidisciplinares poderiam incorporar os casos de acamados com comorbidades mais leves, enquanto o SAD poderia dedicar mais atenção aos casos mais graves. Essa mesma avaliação serve para as filas nas unidades de urgência. Muitas vezes o cidadão procura um PA ou uma UPH com casos leves, pela desestruturação da sua UBS ou da falta das equipes da ESF. Uma política de prevenção poderia reduzir essas filas, reduzindo gastos com atendimento médico-hospitalar e focando na saúde preventiva”, destaca Fernanda.
Além dessas questões, a vereadora Fernanda ouviu pacientes e trabalhadores das unidades, para apresentar reivindicações de melhorias na infraestrutura e condições de trabalho. A vereadora seguirá a visita nas unidades de saúde.