Chegamos a um dia mais que importante para a história, lembramos e reforçamos nossas lutas por um sistema de saúde mental digno, que respeite os direitos humanos e afaste qualquer ameaça de retorno da política manicomial de nosso País e especialmente de Sorocaba que, infelizmente, conviveu com estes crimes até poucos anos atrás. Hoje é 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial.
Como cidadã de Sorocaba, ainda antes da vereança, já entendia como necessária a atenção especializada das gestões municipais para a causa da saúde mental, principalmente no tratamento de casos severos, estas pessoas, que além de conviver com a neurodivergência, sofreram por muitos anos com processos desumanos dentro de “hospitais” e com o preconceito da sociedade.
Desta forma, o 18 de maio, para mim – que hoje além de vereadora, sou membro da Comissão de Saúde -, traz uma reflexão da responsabilidade com esta causa, no apoio em atos, na ampliação dos debates na Câmara Municipal e na fiscalização, esta que venho cumprindo com compromisso.
Neste sentido, é importante lembrar que desde o último ano, o mandato que represento se juntou à movimentos sociais em uma missão antimanicomial: fiscalizar atendimento de saúde mental da cidade que, em mais de 90% dos casos, é terceirizado.
Além de todos os processos de precarização do trabalho por conta da contratação terceirizada, as visitas feitas com o apoio do Fórum Popular de Saúde e do Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba (FLAMAS), tiveram como produto inicial um relatório apresentado em plenário, com denúncias sérias sobre as lacunas do serviço de saúde mental municipal.
Vendo que somente este trabalho ainda não era suficiente, nos debruçamos em fiscalizações nas Residências Terapêuticas – casas também administradas de forma terceirizada onde ex-pacientes de “hospitais” psiquiátricos hoje vivem – e o resultado foi alarmante: uma série de irregularidades que resultaram em uma representação ao Ministério Público, acatada pelo órgão em abril. Estes resultados nos deixa com um sentimento de alívio, mas com a certeza que a luta não acaba por aí.
Como vereadora e acima disso, como militante, reafirmo neste dia a necessidade do cumprimento integral do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de Sorocaba, ainda mais, que políticas inclusivas sejam amplamente difundidas. Por fim, lembro que Sorocaba viveu um terrível momento com a presença destes matadouros com fachadas de hospitais, temos uma dívida histórica com as vítimas e reiteramos: MANICÔMIOS, NUNCA MAIS!