Na lista de medicamentos em falta, se destacam antibióticos, remédios para diabetes e de tratamento de hipertensão na gestação
Fernanda Garcia, vereadora em Sorocaba pelo PSOL, denunciou nesta semana, a falta de medicamentos básicos no sistema de saúde pública em Sorocaba. O caso aconteceu na última segunda-feira, dia 27, durante a audiência pública de prestação de contas da Secretaria de Saúde (SES), a denúncia foi o foco de dois requerimentos protocolados pela vereadora para serem aprovados nas próximas sessões.
Entre os medicamentos que estão em falta na rede, a vereadora se preocupa, em especial, com o “metildopa”, fórmula utilizada para o tratamento de hipertensão em gestantes, evitando casos mais graves, como a eclâmpsia. “A justificativa da falta do medicamento pelo aumento no número de prescrições deste medicamento não é a principal causa, mas sim o erro da gestão. Seja pela falta de previsão da secretaria ou a falta de investimento na rede de atenção primária, as unidades básicas de saúde (UBSs) têm como sua premissa a prevenção das doenças. Colocar a culpa da falta do medicamento no aumento de pacientes, mostra uma prefeitura que busca ‘tirar o corpo fora’ da sua responsabilidade”, criticou Fernanda.
A maioria dos outros remédios em falta em Sorocaba, fazem parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) que, por sua vez, são subsidiados com uma verba nacional de execução orçamentária. “É extremamente vergonhoso que em uma cidade do tamanho e orçamento de Sorocaba falte ‘Dipirona’ nos postos de saúde”, denunciou a parlamentar.
Uma outra preocupação do mandato da vereadora é com a diabetes. “É um total descaso. Pacientes que convivem com a diabetes, lidam também com a falta de medicamentos, nosso mandato cobra via requerimento a reposição do medicamento ‘Gliclazida’ nas farmácias municipais, um aliado essencial na luta contra essa doença que afeta cerca de 9% da população adulta no Brasil. A diabetes pode ter diversas – e graves – complicações se não tratada devidamente, mas a prefeitura não tem colaborado com isso”.
Para Fernanda, o que ocorre em Sorocaba é um ataque a um dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS) e que espera mudanças na visão de administração em saúde de Sorocaba. “Nosso maior orgulho deveria ser a integralidade do sistema de saúde, mas é triste ver ele ser entregue à terceirização em nossa cidade. Vivemos o enraizar da cultura dos pronto-atendimentos que encarecem os serviços para a cidade, ao contrário disso, defendemos o fortalecimento dos postos de saúde que trabalham com a prevenção do adoecimento, economizando os custos a longo prazo. Esperamos que isso seja compreendido e colocado em prática”, finaliza.