A internação de um caso de doença infectocontagiosa na unidade, que não conta com uma ala de isolamento adequada, foi o motivo da denúncia
A política instituída na atual administração municipal de desmonte da saúde mental tem um novo caso, desta vez a falta de estrutura física adequada para acolhimento de pacientes com doenças secundárias, foi o motivo da fiscalização da vereadora Fernanda Garcia (PSOL) ao único Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) sob a tutela da Prefeitura. A fiscalização aconteceu no último dia 04, após denúncias.
Na ocasião, diz Fernanda, pessoas entraram em contato com o mandato denunciando a internação inadequada de uma pessoa com um quadro de escabiose, doença que exige isolamento do paciente por se tratar de uma condição infectocontagiosa. “Chegando ao local percebi que não haviam quartos e banheiros preparados para o isolamento adequado. Foi improvisada a instalação do paciente no quarto feminino da unidade, contudo, o banheiro continuava compartilhado com os demais atendidos e uma paciente precisou ser deslocada para a área de convivência, o que é extremamente grave”, contou a vereadora.
O caso do acolhimento do paciente com escabiose ainda tem um agravante, segundo a vereadora: o encaminhamento de pessoas em situação de rua direto ao CAPS, em especial, o municipalizado. “Existe uma política higienista por parte da prefeitura generalizando os casos de pessoas em situação de rua como adictos. Um erro tanto no protocolo de saúde quanto de assistência social. De acordo com as denúncias que recebemos, isso parece ser uma prática comum que vamos averiguar com a atenção necessária”, adiantou a parlamentar.
Somada a essas imputações, a vereadora ainda aponta problemas antigos na unidade que a prefeitura prefere desviar. “Faltam camas aos pacientes, são poucos os trabalhadores – que já sentem a sobrecarga de trabalho -, e há denúncias da transferência de pacientes das unidades terceirizadas para o CAPS ‘Saca Só'”, denunciou Fernanda, a vereadora lembrou que estes casos são agravados pela realização da “3ª Jornada da Saúde Mental”, ocorrida na última semana. “Realizar um evento com esta temática e não ser discutida as condições do “Saca Só”, só reforça que a ideia de que o desmonte dos serviços públicos de saúde mental é um política de governo”, expôs.
Com a apresentação das denúncias em forma de requerimento aprovado na sessão de hoje, dia 09, a Prefeitura de Sorocaba tem um prazo de 30 dias – contando prorrogação autorizada – para responder os questionamentos da vereadora.