Debates, homenagens e lançamento de cartilha contra violência doméstica foram algumas das ações da vereadora Fernanda Garcia no mês das mulheres
Do bairro ao setor institucional. O mês de março dedicado à luta das mulheres realizado pelo mandato da vereadora Fernanda Garcia (PSOL) em parceria com diversos movimentos sociais, trouxe diversas reflexões sobre a condição das mulheres no município. A intenção da vereadora, a partir dos encaminhamentos, é ampliar o trabalho de base nos bairros e construir novas ações que incentivem e proporcionem a participação feminina nos espaços de discussão da sociedade.
Durante todo o mês, de acordo com a parlamentar, ocorreram debates, manifestações, audiências públicas e homenagens que percorreram temas como: a erradicação da violência doméstica e de gênero, a problemática da cultura machista e o espaço da mulher na política. “Proporcionamos às mulheres a voz e um espaço para realmente debater. Analisar a condição das mulheres diante destes temas dá a possibilidade de pensarmos em mais políticas públicas de saúde e segurança pública, como no combate à violência, de educação com a formação política e de cidadania na luta pela igualdade; estas ações foram ainda mais necessárias por conta do claro retrocesso de nossa cidade, com o aumento de tentativas de silenciamento feminino “, disse a vereadora.
Jardim Guaíba
Para além das flores e chocolates, o mandato procurou trazer no dia 08 – dia internacional da mulher – um momento de diálogo e conscientização política entre as mulheres, principalmente em áreas mais periféricas.
“O ‘8M no bairro’ buscou tirar de dentro do plenário as discussões políticas e levar para quem realmente importa, neste caso, as cidadãs. Ainda mais: buscou ouvir o que as mulheres têm a dizer sobre as ações públicas de seus representantes. “O debate foi extremamente produtivo, trazer o diálogo para os bairros nos abre novas oportunidades de construção, ainda mais populares e assertivas”, comentou Fernanda sobre o debate.
Além do espaço de escuta, Fernanda cita que procurou proporcionar caminhos da emancipação política, o que julgou ter dado certo. “Foi realmente muito produtivo. Foram inúmeros os pedidos de novas rodas de conversa de mulheres, estamos com várias ideias de temas que vamos trabalhar para levar também a outros bairros”, completou.
Mulheres pela Democracia
Como o nome já diz, “mês de lutas” e isso não faltou. Dentro da Câmara Municipal, Fernanda pontuou três ocorridos que, de acordo com ela, marcaram o mês das mulheres.
O ato “Mulheres pela Democracia – Sem anistia” que ocorreu no dia 07, reuniu mulheres de movimentos sociais progressistas participaram da sessão ordinária que ocorria naquele dia e reivindicaram o direito à vida digna das mulheres. “Extremamente importante a presença das mulheres no plenário de uma Câmara majoritariamente masculina e retrógrada, lá ouviram uma devolutiva nada contente sobre a atuação machista no ambiente que deveria ser, acima de tudo, representativo”.
Cerca de 30 mulheres de diversos movimentos da sociedade civil compareceram naquele dia às galerias da Câmara Municipal, onde leram uma carta-manifesto e levantaram palavras de ordem contra o machismo estrutural.
Sementes de Marielle
Reconhecer o trabalho de outras mulheres é fortalecer as lutas e preparar os caminhos para as que ainda virão. Esse é o legado deixado por Marielle Franco.
Em memória aos cinco anos de seu brutal assassinato, o mandato promoveu uma releitura da dor, homenageando as “Sementes de Marielle”, mulheres da sociedade civil que se destacaram na luta feminista nos últimos anos.
“Foi emocionante. Sentimos a energia de Marielle presente e acredito que todas nos fortalecemos com esse ato”, relembrou Fernanda, que foi eleita pela primeira vez em 2016, no levante feminista do PSOL, juntamente com Marielle.
Dia ‘Marielle Franco’
Infelizmente, nem mesmo a história de uma parlamentar expoente e combativa pelos direitos da mulheres e seu silenciamento brutal não foram capazes de prevenir tristes cenas de atos misóginos na votação do projeto de lei – que já discutido em âmbito federal – que cria o “Dia Marielle Franco de combate à violência política contra mulheres negras, LGBTQIAP+ e periféricas”, ocorrido na Câmara no dia 16 de março.
“A conduta violenta dos vereadores e o machismo estrutural da política escancarou a necessidade de haver uma lei de combate a violência política que, infelizmente, está presente o tempo todo na Câmara pelo com o menosprezo durante as falas de todas as mulheres e as hostilidades que saem do campo político-ideológico”, pontua a vereadora.
Após a série de ataques machistas, um deles que tomou proporções nacionais pela normalização do feminicídio, o projeto foi rejeitado em primeira discussão e retirado de pauta pela autora por tempo indeterminado.
Arte feminista
“É preciso buscar todas as formas de comunicar ao falar da condição da mulher na sociedade”, essa foi a fala da vereadora Fernanda durante dois eventos em alusão ao mês da luta feminista, desta vez no campo das artes.
No primeiro, foi celebrada, por meio de uma sessão solene proposta pela vereadora Iara Bernardi (PT), a arte e a vida de Frida Kahlo, artista mexicana conhecida por suas pinturas imponentes. A exposição com obras que homenageiam a artista foi proposta pela artista Maria Vieira. “Viver a arte de Frida, trouxe um ar de esperança depois da sessão que foi marcada por uma série violenta de ataques machistas. Quando dizemos que a arte salva é neste sentido que falamos”, relatou a vereadora.
Salvar. Não somente no subjetivo, o outro evento artístico que Fernanda Garcia ajudou a construir neste último mês, traz informação de forma artística no intuito de salvar literalmente, agora dos males da violência doméstica e familiar.
“A luta diária contra a violência é um dos pilares do mandato que represento, por isso é impossível não me emocionar e não sentir as dores das histórias das mulheres contadas no espetáculo teatral ‘Poesia que Espanca’, da Coletiva Uma de Nós”, disse a vereadora que durante o mês de março, além da peça, também participou de debates em combate à violência com equipes da Diretoria de Ensino de Sorocaba e em um espaço cultural com a participação da Promotora Fabíola Sucasas.
Prevenção da violência doméstica na saúde pública
Finalizando o mês de março, a vereadora Fernanda Garcia promoveu, no dia 31, uma audiência pública com o tema: “Prevenção à Violência Doméstica e Familiar através da Estratégia Saúde da Família”. O evento também teve o propósito de lançar cartilhas informativas distribuídas aos agentes comunitários de saúde (ACSs), o material produzido pela Secretaria de Saúde foi custeado por uma emenda impositiva do mandato.
“Foi gratificante ver o plenário repleto de trabalhadores da área da saúde, todos dispostos a debater o tema. A violência doméstica é um problema de saúde pública e a ação das ACSs é fundamental já que são os elos mais próximos entre a população em maior vulnerabilidade e o poder público”, relembrou a vereadora.
Ainda de acordo com a vereadora, agora, após o mês de março, as lutas serão voltadas para a formação. “Com o apoio de setores do judiciário vamos produzir formações para os Agentes Comunitários a partir da nova cartilha. Também pretendemos estudar novas leis de apoio às vítimas e de reabilitação do agressor, pois é urgente a ampliação da rede de apoio à vítima, mas são necessárias ações que reabilitem o homem que deseja se livrar do perfil agressor”, pontuou a parlamentar.